Vinil Tropicália – Tropicália ou Panis Et Circencis
Lançado em 1968, o disco-manifesto de um dos movimentos culturais mais originais do século 20 segue relevante como nunca. Mas “Tropicália ou Panis et Circensis” não é obra a ser admirada apenas como monumento histórico. Trata-se de um grande disco com ideias musicais e arranjos surpreeendentes, grandes canções, sacadas de repertório e interpretações memoráveis.
Obra coletiva traçada por dois baianos na faixa dos 25 anos, Caetano Veloso e Gilberto Gil, junto com o maestro Rogério Duprat (então com 32 anos), autor de todos os arranjos. Um triunfo que nunca seria o mesmo sem a contribuição de um grupo paulistano superjovem chamado Os Mutantes — Rita Lee tinha 20 anos, Arnaldo Baptista, 19, e Sérgio Dias, 17 —, presente em cinco das doze faixas.
Gravado em maio de 1968, o disco já nasceu transgressor, como um LP todo amarrado conceitualmente, a partir de um roteiro cinematográfico. Com direito a colagens sonoras e efeitos de sonoplastia, como o “Sgt. Pepper’s” dos Beatles. Caetano, Gil, Duprat e o produtor Manoel Barenbein gravaram em quatro canais, como os rapazes de Liverpool. E, se tiveram muito menos tempo (quatro semanas) e recursos, contaram com a contribuição milionária de Gal Costa, Tom Zé e Nara Leão, além dos Mutantes — e também de momentos iluminados de dois jovens poetas.
Há mais de vinte anos, “Tropicália ou Panis et Circensis” figura no top 10 de todas as enquetes e eleições sobre os melhores discos brasileiros de todos os tempos. Para entender os motivos, basta ouvir.
Faixas:
Lado A:
1. Miserere Nobis
2. Coração Materno
3. Panis et Circencis
4. Lindonéia
5. Parque Industrial
6. Geléia Geral
Lado B:
1. Baby
2. Três Caravelas
3. Enquanto seu Lobo Não Vem
4. Mamãe Coragem
5. Bat Macumba
6. Hino ao Senhor do Bonfim
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